segunda-feira, 16 de abril de 2012

Meu Tio Inesquecível...



Meu Tio Inesquecível - I

É impossível não me alegrar com suas brincadeiras engraçadas e seu feeling único para todas as situações. Uma enciclopédia ambulante, inteligência que não disfarça a sabedoria que só têm as “Almas Velhas” e antigas, dessas que lemos nos livros de história, de pessoas que se tornam eternas por seus feitos.

O brilhantismo do gênio no mundo inspira multidões e desperta a ira dos medíocres. E se cada geração vê chegar aquela “Grande” pessoa que traz a si as aspirações e sonhos de um povo, na medida justa da relatividade ele é esse homem que nasceu em nosso meio familiar e fraterno a quem admiramos respeitosos por ter nos estendido as mãos, para passear, conversar, abençoar ou mesmo puxar a orelha.

E, quando bravo, fazemos silêncio para escutar suas palavras que, no fundo, têm muita razão. Em minha memória ele é um homem desse tipo inigualável que “dá bronca” na gente ensinando. Fala com a autoridade de quem sabe das coisas. E, sabe mesmo! Algo assim como que o lado “Antôniomo” da querida avó do Sítio do Picapau Amarelo, “Dona Benta” Vianna de Pádua Clementino.

Personagens por “caracteres”, ver o Inspetor Clouseau travestido de mestre chinês lutando com o Kato, ou o José Vasconcelos fazendo caras e bocas, é a mesma coisa que vê-lo. Até nisso é engraçado, como me parece ele ter nascido no mesmo ano de 1927 em que Pantaleão vivia e contava suas aventuras. E, nós ouvintes e participando daqueles momentos, éramos ora alguém que chegava em visita, ora éramos a Terta, e, na maioria das vezes, éramos o próprio Pedro Bó. Só ele mesmo com suas tantas histórias bacanas, e reais.

Ele é o homem mais sério e responsável que conheço, o mais inteligente e culto, perseverante nas pequenas e grandes coisas, detalhista e metódico, bem-humorado, brilhante!

Quem resiste e não se deixa ser recebido por seus olhos miúdos, sempre vivíssimos, vibrando cheios de luz de sua meninice interior? Ele é a cátedra em pessoa para todos os que chegam até ele, aquela pessoa que queremos entrar na roda de conversas.

Ele não é um homem de duas caras, mas um homem possível de observar sobre vários ângulos que daria orgulho a Pitágoras ser colega de banco de escola, ou templo de iniciação. É aquele seu “lado” japonês que me faz descobrir nele o “Honorável Tio”. Sua estampa artística, fina, “iluminista”, me diz de sua finesse d’esprit, invejável no melhor sentido. Seu jeito elegante, sóbrio, gentleman, cheio de charme, lembra dos antigos salões ingleses em que se discutiam as grandes descobertas do mundo e, assim, ele é o meu “National Geographic” em carne e osso. Tio Toninho é que deve ter inspirado aquela história do filme “As sete faces do Dr. Lao”! Figuraço, uma “peça”, homem raro, jóia rara...

Ao mesmo tempo ele é um Einstein fazendo às vezes de Harold ou Christopher Lloyd, humorista e cientista seriamente maluco, ciência com coração num tempo só, passado, presente e futuro na sua graça. Não foi ele quem inventou o método de tirar pedra dos rins subindo na boléia de caminhão betoneira, ou de saborear o mais delicioso café num rito de vai-e-vens de mãos e xícara que terminava com um estalar de língua e exclamar de um “ahhh”?

Com todo o respeito aos Engenheiros, eles constroem casas, estradas, pontes, estradas, edifícios, cidades e impérios. Um homem de bem constrói o Reino de Deus em seu próprio coração onde cabe a família, parentes, amigos, gente que a gente mal conhece e, até mesmo os inimigos. No coração dele cabe isso tudo e, mais ainda, um universo inteiro.

Quantas personagens vemos desfilando através da poeira dos tempos que tiveram as suas lutas, fizeram suas guerras e destruíram o mundo? Há pessoas que não lutam assim e, como ele, constroem, elevam, criam oportunidades de levantar aqueles que caíram vencidos, inventam novos horizontes.

Eu passava horas e horas entre seus tesouros encadernados, lendo e folheando mil e um livros que me levavam e traziam mil e um lugares com seus cantos e contos que nem Sheherazade teria o dom de inventar. Aquela biblioteca respeitável da Rua Dionísio Cerqueira foi para mim um parque de diversão, laboratório, e também um porto de partida que me instigou a descobrir o Mundo quando o Barco do Destino me levou a viajar por mares nunca d’antes navegados, do conhecimento, da imaginação, do pensamento, do sentimento...


Noutras vezes, naquela sala enorme da casa em absoluto silêncio, sentávamos para escutar com ele uma sinfonia inteira daqueles discos que não se encontravam em lugar nenhum, senão naqueles armários abarrotados de músicas e a aparelhagem de última geração. Daí nasceu meu gosto pelos movimentos largos e “allegros ma non troppos”, pela melancolia do oboé dando sopro aos violinos nas sinfonias dos mestres da música.

Almoço de domingo ou janta de quinta-feira, lá vinha ele descendo as escadas com uma toalha na cabeça e um pires com vela à mão, se fazendo como as beatas da família que oravam todos os dias às 18 horas. Seus sobrinhos se amontoavam em gargalhadas espalhados pela casa “avoterna” em meio àquela encenação. Pequeninos demais da conta quando tudo parecia “mais maior de grande” ao redor, primos e primas tínhamos nele uma giganteza moral e ética que fazia com que todos abaixassem a cabeça em sinal de respeito. E, assim igualmente faziam nossos pais, tios e tias, certamente tantos amigos que ele fez pela vida.

Era uma aventura quando não cabia mais gente na Vemaguet que zunia em direção ao sorvete do “Seo Domingos” naquelas noites calorentas de Beagá, ou então íamos até à Kopenhagen buscar aquelas saudosas balas de pera e Nhá Bentas.

Quando passava susto na gente corríamos para o quarto de Anna, Guto ou Juquinha com a La Serenissima Donna Tamba Elizabeth di Perona, que latia freneticamente só de cheirá-lo, e nós a imaginá-lo do outro lado da porta, esperando.

Noite sem Lua, chegávamos até lá em cima escalando as cadeiras, mesa e muro do jardim de inverno, e volta e meia estávamos com ele equilibrando no telhado para contemplar estrelas que nos apontava dizendo seus nomes. Ele conhecia cada uma delas e o que nos queriam dizer dos seus brilhos, conjunções e misteriosos significados. E, faço isso até hoje.

Quantas vezes passeamos pelas cidades históricas das Minas Geraes naquele Corcel cor de mel, e nos encantávamos com sua palavra certeira sobre cada recanto, sobre detalhes que só ele sabia na sua mente cheia de paisagens, cenas, sons, sabores e cores do mundo inteiro que conheceu de perto...

...Jabuticabas em Sabará da Nossa Senhora do Ó; saudades nos acordes dos órgãos de Mariana com suas Sant’Annas; montanhas do Caraça com seus lobos e sermões do Padre Vieira; profetas de Congonhas na arte de Aleijadinho; brocados de Ouro Preto; estradas reais e imagens de tantas outras histórias que dariam panos pra muitas mangas entre conversas, causos de quem tinha na alma as tramas de tecelão e fiandeiro dos campos de cedros e cachoeiras, vozes e sapatos antigos e recentes rangendo o piso da Fazenda São Sebastião...

Num sábado de sol ou domingo de missa, pé ante pé, adentrávamos os bosques para encontrar fadas, duendes e gnomos que certamente habitavam botas esquecidas, ou talvez se escondessem atrás de cogumelos, como naquelas imagens que estampavam o livro que ganhei de aniversário na infância, presente dos parentes daquela livraria da Afonso Pena. Muitas vezes perambulei com ele pela Van Damme e outras livrarias e bibliotecas da cidade.

Cines Brasil, Jacques, Metrópole, Palladium, Pathé nos acolheram por horas e horas de lições que eu descobria em cada filme com ele. Dali que aprendi como entrar nos quadros de Van Gogh com Kurosawa e, inventando que nem ele, zanzava também nas cenas que Altavilla abria em muitas janelas de sua casa.

Do parapeito de seu escritório na Olegário Maciel eu saía a voar com mil e um roteiros em mão. Foi dali que viajei a encontrar Ubaldi que ele conheceu um dia, ao vivo e à cores. Aquele prédio foi também o meu Farol de Alexandria com seu setor do sétimo andar feito um museu vivo da história mineira, egípcia, japonesa ou chinesa ao alcance do toque dos dedos, olhos e ouvidos, todos os sentidos abertos à Presença dele como Guardião de um conhecimento que não poderia se deixar perdido nem oculto. Estava ali, com ele. Era ele.

Cada vez que releio um livro que ganhei dele tenho em suas anotações e marcas nas páginas um roteiro para refletir mais e mais, e ir atrás daquele ponto que ele também percorreu um dia.

Pai, mãe, tio, tia, primos... seu lar foi, é e será sempre minha referência de família no Altar da Afeição, no colo de Sant’Anna, Nossa Senhora, Mãe da Igreja em Fátima, Lourdes, da Boa Viagem ou da Imaculada Conceição. E, São José, Santíssima Trindade, tantas outras paróquias e capelas do Curral d’El Rey se desenhavam prateadas em navetas e turíbulos sob o olhar atento da Águia de Patmos esculpida em madeira.

Pontes e trem de ferro rodeando montanhas ou uma cidade inteira na maquete, o assobio secreto dele - fifirifiu - tinha o dom de trazer a Maria Therezinha Fumaça Fitinha no seu ritmo amoroso de “Ei, Flor”... e, ela também era o elo de ligação entre a gente, como se cada um de nós fosse um vagão, ou conta de uma prece que subisse ao Céu numa rogativa de benção na estação da família entre os trilhos na estrada de amor da vida. Laços sagrados, sobe e desce em Pipirirapaus e inesquecíveis natais em que os três “T” - Toninho e Tetê – recebiam todos ao redor do presépio... Eita, nós... que exemplo é esse de amor desses “TTT” que tudo crê, que jamais acaba, que nos inspira! Meu casório julino ficou numa estação passada, mas tive a honra de tê-los, e serão sempre os meus padrinho e madrinha no sacramento do coração.

Doce surpresa da vida, e certamente pelo Espírito de Deus assoprando as velas aonde quer, foi “depois de um longo e tenebroso inverno” que revi aquela família tão querida que também faço parte dela, com todo o orgulho que um pé de sobrinho moleque rapado como eu pode ter.

Desterrado das Montanhas de Minas numa ilha quase no fim desse mundo velho, os abracei a todos e, a ele, já passando na velocidade dos 80. Sob o calor medonho daquele dia de fevereiro sua Presença e a alegria do reencontro fez nascer de novo uma Primavera num aconchego que eu já havia quase esquecido nessa solidão de deserto de águas. Eu gostei de tê-lo visto, como ele gostou de ver o “Popô”...

E, lembrando daquelas “Seleções do Reader’s Digest” que eu lia com gosto de sua coleção desde o número 1, foi que me inspirei para escrever como naquela seção sobre “Meu tipo inesquecível”. Não preciso nem de fechar os olhos para recordar essas cenas escritas, e de tantas outras em que a Presença de Tio Toninho foi importante, marcante, determinante para minha vida.

Minha iniciação cultural, artística, intelectual e espiritual, nesse sentido de quem tem um Mestre a orientar os primeiros passos, com certeza começou com ele. Tenho essa benção, essa graça, essa oportunidade de conviver com ele. E, por reconhecimento de direito, por gratidão e pelo respeito que devo a ele, é que o Tio Toninho se tornou com muito orgulho, e honra, “Meu Tipo Inesquecível”[1]...


[1] Escrito em meados de 2009 quando fiz um memorial para meu projeto de dissertação de mestrado, logo após a visita de meu Honorável Tio e querida família em Florianópolis.


Meu Tio Inesquecível - II


"Quem não pode fazer grande coisa,
faça ao menos o que estiver na medida de suas forças;
certamente não ficará sem recompensa."

Santo Antônio de Pádua

(...)

Os anos se passaram...

Desde que eu pude sonhar de novo com as Primaveras, depois daquele encontro no meio da viagem de celebração em suas vidas, quando o Barco do Destino me trouxe as Boas Novas com a chegada da Família Vianna Clementino ao Porto dos Patos da Ilha de Santa Catarina, parece não ter demorado mais que um longo piscar de olhos para que eu voltasse a bater as asas “cansadas e abatidas à borda da estrada” e voar de novo aos meus belos horizontes. Poucos anos depois dele me ver pela Ilha do Desterro, eu gostei muito de rever o Tio Toninho entre a algazarra e o sossego de seu lar, palco e coração de tantas cenas e encontros que só os laços do amor sabem alinhavar no tecido da vida que se renova.

Entristecido por senti-lo ali, angustiado na cadeira de rodinhas, o admirava mais ainda por nem assim vê-lo perder o bom-humor e participar de tudo o que acontecia ao redor com aquela paciência de quem já fez de tudo e, observa os aprendizes na compaixão do Mestre silencioso que anima os estudantes barulhentos. Mas, a angústia era minha. Seus olhinhos miúdos se despediam de nós na alegria da festa com bolo e vela, e até um extintor de incêndio apareceu, mas não conseguia apagar a felicidade que brilhava. Sua casa estava repleta de Luz, sempre foi assim...

Mas, queria sair dali da sala desabalado num trenó puxado pelo Fusca e percorrer contigo o mundo inteiro como se fosse, e fizéssemos no mundo inteiro um dia de festa de Natal... E, foi. O senhor nasceu de novo, renasceu...

Decerto que sua mente poderosa tudo sabia, tudo sentia, tudo pensava, tudo via numa luminosidade que só é dada a perceber a quem chegou ao alto da montanha e pressente a Outra Aurora. Lá, Terras do Encontro aonde chegaram também amores de todas as estações passadas, e as nuvens formam o tapete que se confunde com a relva e canteiros de flores estreladas de um Jardim infinito...

Se todos vamos nessa vida, nessa subida em busca da Grande Síntese em Deus que nos reúna novamente naquele Jardim para re-encontrar a Inocência perdida - voltar à Casa do Pai -, poucos são os que caminham nesse mundo com a desenvoltura dos que se fazem Crianças, construindo dentro do peito aquele Reino de Amor dia a dia, no cumprimento dos deveres e afazeres do semear e plantar o Bem. Subir...

...”Corações ao Alto, e o nosso coração está com Deus”... e chega o Tempo/Espaço em que nós mesmos nos oferecemos, e nos consagramos ao Senhor Deus do Universo sozinhos com Ele, Face a face, Coração a coração, Mão a mão...

Chega para todos nós nessa Terra o Grande Dia, não aquele que muitos pensam ser o de “prestação de contas”, o de “pesar a alma numa balança” quando no outro prato há apenas uma pena, ou de “atravessar as águas no barco de Caronte”. Nem de longe nada disso. Grandes Almas são aquelas que presas à carne se fizeram “pequeninas”, Almas-Meninos a des-cobrir e des-velar véus e mistérios em seus atos, pensamentos e palavras de Amor ao próximo antes que a si mesmas.

São esses Meninos que, terminada aquela tarefa/missão da construção do Reino de Deus em seus próprios corações, cheios de contentamento batem palmas depois da Festa da Cumeeira da Casa pronta, quando se abrem os Portões Dourados para que se re-encontre o Paraíso adentrando o Jardim.

Foi tanto do gosto dele cultivar essa jardinagem dos nomes em folhas ligando pomares na Terra que, Tio Toninho também brotou semente que subiu raízes e troncos, cresceu em altura e lançou galhos e ramagens, abriu carinhos em flores e fruto, e se tornou perfume que se elevou até à cidade do mais belo horizonte onde moram as Constelações.

Para “Meu Tio Inesquecível” chegou esse Grande Dia e, certamente que há uma Festa no sétimo Céu. A mesa está posta com pão, manteiga, café, queijo do Serro, geleia de jabuticaba e outros quitutes que só mesmo a “Anastácia” de Deus sabe fazer nessas paragens que têm por teto luzeiro e hosanas, aonde os homens e mulheres que se fizeram como Crianças nos abençoam como anjos protetores e guias.

Eu até imagino quem vai sentado ali partindo pão e sorrisos, xícaras e taças para brindar a chegada do Menino Antônio depois de sua longa subida e caminhada... Ele, aqueles meninos Vicente, Bosco, Domingos Sávio, Antônio em companhia do Poverello de Assis e Clara, Rita de Cássia, Terezinha com o Menino Jesus e, também os Josés, Paulos, Augustos, Pedros, Antônios, Bernardos, Marias, Francisca, Guilhermina, Dolores, Clélia, Quidinho, Nhazinha, Luciana e tantos outros que te querem bem, tão bem-aventuranças o senhor viveu pelos caminhos...

Carinhos e gestos se fazem e-ternuradamente infinitos nesse Amor dos que se re-encontram novamente depois de vencida uma etapa na longa estrada nessa pauta eterna da Sinfonia da Vida, cuja nota agora é a da Gratidão...

Tio Toninho está vivinho da Silva Clementino nas estações que se sucedem umas às outras em novos galhos florescidos e crescidos dos filhos aos netos que, nesse tempo de saudades, vão e vem melancólicos nesse balanço feito de cordas e fitas coloridas nos abraços à Tia Tetê...

E, no Pomar onde o senhor se encontra, agora, à sombra generosa da Árvore da Vida, receba nossos mais puros e amorosos sentimentos, pensamentos e palavras de gratidão.

Nós que ficamos “aqui em baixo” faremos o melhor que pudermos para te honrar os exemplos. O senhor não é só uma lembrança, e nós te guardamos aqui, no peito choroso de saudade, sabendo que seu Espírito é eterno e que nos re-encontraremos num dia feliz.

Eu, todos nós te agradecemos por tudo o que foi e aconteceu tão lindo. O senhor fez grandes coisas, muito mais do que estava até além de suas forças. E, sua recompensa, me perdoe o Santo, é mérito seu, por conquista sua. Estamos sentindo tanto sua falta quanto sentimos sua Presença de Alegria Bem-Aventurança-Humorada em nossos corações.

Jóia que se tornou estrela de rara grandeza, engastou nessa coroa de feitos de uma vida inteira todos os espinhos que se transformaram em flor. E, morreu para se tornar tão imortal quanto aqueles que, em morrendo, “vivem para a vida eterna”... Deus te abençoou e, nos abençoe...

Não tem árvore nem folha bem escrita nesse mundo que não me fará re-lembrar do senhor com saudade e carinho, nem que não me dará coragem para subir minha montanha e encontrar Aquele Jardim.

É impossível não sentir alegria com essas boas lembranças...

E, quem concorda comigo, levante a mão para te alcançar muito além do Jardim das estrelas, e te beijar as mãos...

(...)

Um beijo... Muito obrigado Honorável Mestre e, até breve, Meu Tio Inesquecível: Antônio de Pádua Vianna Clementino.

De seu sobrinho pródigo,

Leopoldo Nogueira e Silva, Popô

Florianópolis
Nossa Senhora do Desterro
Ilha de Santa Catarina
Outono choroso e saudoso de 2012[1]


[1] Escrito em meados de abril de 2012 quando já Mestre, homenageio meu Honorável Tio, Tia Tetê e família nos agradecimentos da dissertação impressa. Fazia, agora, o memorial para meu projeto de doutorado quando recebi a notícia do desencarne dele, justamente enquanto estava em oração por ele e sua família que estão sempre em meu coração. Eu amo vocês...

sexta-feira, 13 de abril de 2012

Somos como eternos recién llegados...


Antiguos recién llegados

Miguel Ángel López-Hernández
O Vito Apüshana  

Por el camino a Palaausain, cerca de Porshiina,
los conejos bailan una danza secreta,
con las culebras kashiiwano’u…
y los niños pastores ahuecan sus manos
para inventar los silbidos: ¡Waawai! ¡waawai!…
y el monte se descubre en cien senderos:

el de la piedra y el polvo
el del agua y la sombra
el del sueño y la risa
el de la trampa y el temor
el de la mujer y la fiesta.

Por el camino a Palaausain, cerca de Ouutüsumana,
los wanülüü beben chicha
en los ranchos abandonados…
y el silencio trae el diálogo oculto de los muertos.

Así vemos que nuestro antiguo mundo
es, aún, sonriente aprendiz de la vida.
Somos como eternos recién llegados.

Sümaiwajana antüshiiyünaya

Süpüneru’upünaa Palaausain, peje sünain Potshiina,
na atpanaakana emi’ijüshii wanee yonna matüjaaju oo’ulu,
sümaa tü wui kasiwaano’uluirua…
je na tepichi arúleejüliikana ko’usü natuma najapü
süpüla eeinjatüin natuma newiirairua: ¡waawaai!¡waawaai!…
ye tü mojuuikaa atüjaana oo’ulu kalu’in po’loo shikii wopuirua:
tü ipakaa je pali’ikaa
tü süpünekaa wuin je ayolujuu
tü süpünekaa lapü je asiraa
tü süpünekaa emeejia je keemaa
tü süpünekaa jierü je mi’ira.
Süpüneru’upünaa Palaausain, sa’ato’u Ouutusumana,
na wanülüükana asüshii uujolu
sulu’u tü miichineeinchikikalüirua…
je tü yüü’ütüikaa süntirüin nayorolo nanujuralakaa na
outushiikana.Vito Apüshana
Sükajee tia we’rüin tü wakuwa’ipa sümaiwajatkaa
shiayülia, tü süsiramaain tü sünainwaakaa atijaa tü akuwa’ipaakaa.
Wayakana müshii saa’in weinshi antüshiiyünaya.



Saiba mais sobre el Pueblo Wayuú clicando aqui.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

O Caminho Para A Liberdade


O Caminho Para A Liberdade

Observo todas as ocasiões em que a escravidão me manteve aprisionado, mantendo-me afastado da verdadeira alegria e plenitude.

Não serei mais enredado pelas armadilhas do mundo físico.

Ao concentrar-me na Luz do Criador, a energia transformadora do Divino me banha e me sinto livre.

Se fôssemos honestos com nós mesmos, provavelmente poderíamos sentar e fazer uma longa lista de coisas das quais somos escravos em nossas vidas – e se existe uma semana propícia para fazer essa lista, estamos nela. A energia disponível no cosmo neste exato momento pode nos ajudar a enxergar todas as áreas de nossas vidas onde abrimos mão do nosso poder em favor do Desejo de Receber Somente para Si Mesmo.

Existem muitas formas de escravidão. Para alguns, pode aparecer como ser um vício por alguma coisa física, como drogas ou comida, enquanto outros podem ser alvo de escravidões mais emocionais, ansiando por coisas como atenção ou aprovação. Todos nós sucumbimos nos tornando subservientes a alguma coisa.

Mas não precisa ser assim.

Existe uma guerra ocorrendo dentro de nós de forma constante, e trata-se de uma batalha entre a voz da Luz e a voz da escuridão. É bem parecido com aqueles desenhos animados, onde se vê o anjo sobre um ombro e o diabo sobre outro. A voz da Luz que emana da nossa alma vai nos dizer: “Você sabe bem dentro do seu coração e sente que isso não vai ser bom pra você”; enquanto a outra voz, abastecida pelos anseios da fisicalidade, nos dirá: “Você não tem força suficiente para resistir” ou “Você pode começar amanhã” ou até mesmo “É, você está certo sobre não dever fazer isso. Mas vamos fazer assim mesmo”.

O que esquecemos é que temos uma escolha. Escolhemos de que voz recebemos instruções! Podemos viver nossas vidas realizando o potencial das nossas almas ou podemos sucumbir à gratificação instantânea dos prazeres egoístas, e perpetuar nossos vícios e dependências.

Quando simplesmente nos permitimos desistir de lutar contra aqueles pensamentos que tentam nos puxar para baixo, negamos nosso poder inato de ser a força criativa de nossas vidas.

Ao invés de abrir mão da responsabilidade, podemos escolher lutar. Podemos procurar a Luz para nos ajudar a superar a escuridão. O Criador é uma força proativa de bondade. A Kabbalah nos ensina que se queremos ter qualquer conexão com a Luz, temos que ser mais como a Luz. Quando esses demônios aparecerem, dispare o Desejo de Compartilhar e busque formas de ajudar os outros. Isso trará a Luz para lidar com a escuridão. Esse é o ponto que temos que nos esforçar constantemente para atingir.

O caminho para a Liberdade começa com um entendimento não apenas de que a escravidão existe dentro de nós, como também que não devemos tolerá-la.

Tudo de bom,

Yehuda

Recebido via e-mail

domingo, 1 de abril de 2012

April Fools


April Fools

Burt Bacharach

Dionne Warwick

In an April dream
Once she came to me
When you smiled I looked into your eyes
And I knew I'd be loving you
and then you touched my hand
And I learned April dreams can come true

Oh are we just April fools
Who can't see all the danger around us
If we're just April fools
I don't care, true love has found us now

Little did we know
Where the road would lead
Here we are a million miles away from the past
Travelin' so fast now
There's no turning back
If our sweet April dream doesn't last

Are we just April fools
Who can't see all the danger around us
If we're just April fools
I don't care, we'll find our way somehow
No need to be afraid
True love has found us now



Do filme The April Fools/Um dia em nossas vidas
(1969)

Direção: Stuart Rosenberg
Estrelando: Jack Lemmon, Catherine Deneuve
Música tema por Burt Bacharach
Letra por Hal David