Poemeus e Seus


Poemas meus e seus de quase infinita melancolia... na Luz... Ciano...



Filosomidiaeducador. Graduado em Pedagogia, Mestre em Educação (PPGE/UFSC 2011) na Linha de Pesquisa em Educação e Comunicação. Tem registro de Publicitário pelo MTB/MG (No. 1059). Atua profissionalmente como Publicitário (Programador Visual, Artista Gráfico). Com experiência em educação formal e não-formal, ministra oficinas na área de comunicação especialmente voltadas para a educação, saúde, cultura e direitos humanos, com produção de recursos didático-pedagógicos para fins educativos e instrucionais. Tem interesse em pesquisa na área de descolonização do saber, relações entre Economia, Política, Educação e Comunicação, Mídia e poder, e reconhecimento da Comunicação como um direito humano. Focaliza estudos em Telejornal e Crianças, Jornal Escolar, Consumismo Infantil, Classificação Indicativa para TV, e práticas pedagógicas neste contexto para as séries iniciais do Ensino Fundamental e, Educação e Comunicação Indígena em Abya Yala.



Graduation in Education, Master of Science in Education (PPGE/UFSC 2009/2011) on the line of Research in Education and Communication. Has registration of Advertising by MTb/MG (Nr. 1059). Serves professionally as Advertiser (Visual Developer, Graphic Artist). With experience in formal and non-formal education, teaches workshops in the area of communication especially focusing on education, health, culture and human rights, with production of didactic and pedagogical resources for instructional and educational purposes. Interested in research in the area of decolonization of knowledge, relationships between economics, politics, education and communication, media and power, and recognition of the communication as a human right. Focuses studies on TV news and Children, School Journal, Child Consumerism, Rating System for TV, and pedagogical practices in this context for the early grades of elementary school, and Indigenous Education and Communication in Abya Yala.




ALMÊMICO



Absolutamente, não sou normal, não sou normótico, não sou lugar-comum. Sou humano, sou homem. Sou muito sério e fiel ao que acredito seja justo e apropriado. Tenho idéias próprias, fortes, e me faço cúmplice daquelas que são boas, sensatas, que recriam e reinventam o mundo. Sou carente e “querente” porque busco e me entrego ao que seja bom e belo. Sossegado, bem-humorado. Às vezes entristecido. Já me dei bem, já me dei mal, e depois de tudo ainda sou eu mesmo, fiel aos sonhos que moldam meu caráter. Acredito, e vivo intensamente - no corpo e na alma - a paixão pela verdade e ternura em todas as relações e "conexões" que se estabelecem.



Procuro por sossego e amizades raras: os imprescindíveis, e vou me conectando a pessoas muito especiais. Crio e recrio tempo e espaço novos, buscando gente de caráter, de integridade, de honestidade e de conteúdo que de repente chegam meio do “nada” em janelinhas, mas inteiros. Busco ao que me entrego: semelhanças, afinidades, cumplicidade e fidelidade aos sonhos a compartilhar com maturidade e responsabilidade. Busco a amizade e ela tem aparecido onde menos espero, boa e simples, forte e terna. Vou reinventando relações, buscando com pura coragem nada menos que isso: sentimento, de alma, e corpo, juntos.



Paqonawta: Navegador no Mar das Estrelas.
Com o Barco do Destino saindo de Florianópolis rumo às Estrelas, com escalas na Cidade da Vaca Malhada e Tiahuanaco, parada em Cuzco, Machu Picchu, Choquekirau e Nazca, passando por Quito, Coração do Mundo rumo ao Cruzeiro do Sul e Cinturão de Órion. Baldeação em Sírius e regadores nas Plêiades, com chegada prevista em Alcione no Grande Dia, para o Grande Encontro das mãos dadas, braços e abraços nas sincronizações de 2012.



BRINCÂNTICO



Grana eu não tenho, mas me sobra-me o gramur...



Recebeu o título de "Vagabundo Honoris causa" pela UFU,
Universidade Federal de Uberlândia (1996).



Telejornalista Dr. v.h.c. Leorry Reportter.
Foi estagiário em Hogwarts na matéria Defesa Contra as Artes das Trevas Telejornalísticas (DCATT) em 2003, nos arredores de Edinburgh.



Doutor Fritz Cafuné.
Medicina geral em pé de chinelo para pés descalços, especialista em terapias alternativas, cafuné e cócegas, tendo como lema que a alegria é o melhor remédio.



GENTÊMICO



A mi me gusta: café com leite, pão com manteiga, na padaria de qualquer esquina ou na casa dos Outros; cozinhar com gente querida, camarão alho e óleo com skol gelada, bacon, cebola, cheiro verde, azeite, sanduiche, galinhada, empadão goiano com pequi e gueiroba; abraço, beijo e pedaço de queijo; estrelas, sol e praia deserta; schnauzer gigante preto, passarinho fora de gaiola, animais livres (nada de zoológicos i-lógicos; Sci-fi, A Vaca e o Frango, Corrida Maluca, e outros cartoons dos anos 70/80; arte e poesia, desenhar e pintar; literatura infantil, Irmãos Grimm, Monteiro Lobato e Sítio do Picapau Amarelo, J.K. Rowling e Harry Potter; Cosmovisão Inka; espiritualidade, bom-humor, maturidade, inteligência simplicidade, pureza de coração e de intenção.



No me gusta: vulgaridade, mentira, histeria, arrogância, vilania; conversa fiada e futrica, gente intrometida e metida a besta, gente que fala alto; palestra ou conferência demais de 40 minutos, aulas de duas horas, tirar xerox de livro; lavar e passar roupa (não passava há uns 5 anos ou +); bife de fígado, margarina, arear panela; sitcom na TV, propagandas comerciais de qualquer espécie, especialmente da Polishop; stand up comedy, maioria da programação da TV e, absolutamente torço o nariz para algumas figurinhas adoradas no show business, torcendo os dedos para que vão pra Tonga da Mironga do Kabuletê.



Coisas que dão arrepio ruim: arrogância, maioria das aulas que tive na vida, calor, gente intrometida e abusada; serviço público de saúde; escova de dente em cima da pia e pingo de xixi na privada; chulé, gente que fala alto e cuspindo; filmes do Stephen King (nem me fale), Jason Krueger, Sexta-feira 13 e afins; ônibus lotado e sem ar condicionado; praias sujas e sem infra-estrutura; pagar contas injustas nesse capitalismo injusto; ritmo da esteira da produção anti-acadêmica; telejornais; e infinitamente ruim, o suspiro e a dor da saudade...



Coisas que dão arrepio bom: Caixa de bis ou sonho de valsa, milkshake de ovomaltine de 700 ml do Bob's; misto quente com queijo prato; praia deserta e ensolarada; contemplar e conversar com as estrelas; fotos bonitas; espíritos bons se aproximando; dormir com a TV ligada; fim-de-semana chegando pra fazer nada; café e pão de queijo feitos na hora; e infinitamente bom, cosquinha de amigos e família, um abraço bem-amado...



I speak Portuglish, hablo Portuñol, Língua do “P”, et j’ai lu parfaitement le Français. Não falo a Língua das Sogras, graças aos deuses...



“Eu sou da América do Sul, Sou do Mundo, Sou Minas Gerais”.



E-ternura-mente...

Quem Sou Eu?

Sou nada distante, nem rude...
Antes de tudo, sem maldade, busco a verdade, liberdade.

Sou uma Presença, um gesto de afago, aconchego e carinho.
Vou querendo ser livre de gavetas, arquivos e gaiolas, vou voando, abelhudo, cometa, águia, borboleta, passarinho.

Um Coração de manteiga derretida em pão-de-queijo, café com leite e fogão-de-lenha, janelas abertas vendo a vida besta passar lá fora.

Poeteiro, às vezes com Drummond sentado à beira da praia ou catando a pedra no meio do caminho. Punheteiro, noites solitárias, buscando um coração solidário, casa, compaixão. Outra vez solidão.

Sou um besta e o ante-escrito, às vezes não penso e sou pensado, logo, uma hora não existo, nem sou. Noutras, sou sonhado.

Vou desenhado, sou cada instante o óbvio, o apocalipse, noutro instante uma diferente revelação.

Estou pé-rapado, duro feito pé-de-moleque, amarelo em quindim de Nhanhá, impresso e opresso nesse mundo marronzista feito paçoca de amendoim em quadradinho, que esfarela na roupa e prega no nariz.

Falando nisso, de propósito tiro meleca quando paro o carro no sinal vermelho. Coloco a primeira, passo a segunda, terceira e na quarta marcha já estou engatando sua mão pra dirigir comigo.

Eu iria contigo nesse “infinito de nossa mútua compreensão...

Mas, por ora descarrado, desencabado, desconectado quase que fui de um mundo onde Eu Sou.

Serei um Escolhido, eleito, querido por um belo e lindo doido que me conheça e eu o reconheça nos sete raios do centro de sua galáxia? Quero ser batizado e ungido...

Ah, meter, cometer dessas deliciosas e raras doiduras, comer sobremesa de beijo no Coração, nessa celebração quântica cheia de energia, intensa, plena de emoção...

Agora, sou silêncio e espera, promessa de encontro e não sumiço, de novo em frente à pequena janela, à beira do lago quieto, manso, tímido...

Menino, à espera e à entrega de perfumes, cheiros, nariz, corpo e Alma inteiros, Pequeno Lótus de mil pétalas, de novo a “pequena morte”, o orgasmo, a bendita e querida liberdade,
ultra-mega-trans-extrema e intensa unção...

Eu Sou.

2007

Buscas e Entregas...

As manhãs entram pela janela, ora num raio de sol que trazem céu azul sem nuvens, ora pingando a chuva que refresca a terra, sempre chamando as sementes nascidas de muitos sonhos, e quase infinitas noites, a crescerem e florir em nossa Primavera. Nos sonhos brincamos e sabemos que chegamos à ponte do arco-íris, e que devemos cruzá-la para chegar em nosso Jardim.

Levanto-me ainda pesado, como um escafandrista que acabou de vestir roupas pesadas para enfrentar os mistérios e as obrigações do dia de compromissos nesse mar de tantos desamores. Sinto saudades de Casa, e apenas isso me anima a dar passos até que a noite chegue, e eu possa me reunir aos que amo, e sou amado...

Diviso as paredes amareladas daquele canto do universo que me foi emprestado, e imediatamente levanto os olhos para o céu tão meu, com estrelas que me guardam os corpos cansados e a Alma alerta. Aquele pedacinho de terra improvisada se ilumina pra mim como o recanto de um ser sem teto, que perdeu e encontrou seu coração em todos os caminhos, com muitos outros corações.

Todos os meus amores, em mim, se levantam e seguem comigo bailando em meus sentimentos, pensamentos e saudades. A casa da árvore e os campos sem fim vão comigo e, ainda que eles não saibam, faço-me de pastor de todas as nossas pequenas vontades de estar perto, na esperança de que um dia todos os nossos quereres sejam bons, nas mesmas doçuras e simplicidades das buscas e entregas.

Vou pronunciando seus nomes em minhas orações silenciosas do dia enorme, que passa lento ou muito rápido, e é uma bênção se os posso contemplar em janelinhas que se abrem no meio da correria para o sorriso brilhar de ambos os lados.

Nunca toco suas faces distantes, mas sei que posso afagar suas cabeças aconchegadas em meu peito que os recebe desde que os (re)encontrei...
Sou um desterrado nessa ilha desjardinada, neste oásis de secura cercada de águas salgadas e cheias de amargura.

Nossas palavras trocadas não têm a entonação do peito que dispara e das pernas bambas de saudade. E ainda que o coração não saiba decifrar fielmente as entrelinhas e o não dito, a mensagem breve segue compondo um hino de amizade que segue se estreitando a cada dia para o abraço amoroso.

A saudade dói, e benditos sejam aqueles que não desistem deste sonho, apesar de todos os medos e decepções, e seguem com suas dores e amores na boa-vontade da construção de um lar de aconchegos e realizações bem dentro de nossos corações...

Agora mesmo percebo que também vou dentro do coração de meus amores, e às vezes me delicio em contemplar as paisagens e as graças em que vivem, cada um deles, em suas terras além de minhas janelas e de minhas mãos. Todos vamos nos perdendo em meio às ilusões dessa vida e desse mundo que vai perdendo sua graça, estação por estação, e assim seguimos nossos dias como náufragos que perderam tudo, exceto a noção do dever cumprido...

Sinto o perfume que vem da brisa que só a Alma pode captar, e sorrio confiante em futuros dias ou momentos da mais simples bem-aventurança.
Se o Barco do Destino de cada um de nós segue o rumo indicado pelas estrelas-mães, será certo encontrarmos o porto seguro para descarregarmos todos os fardos de nossas aflições e medos, e comungar alegrias e ternuras em meio à lágrimas e sorrisos.

Decerto que as longas jornadas individuais fizeram amadurecer nossos corações expectantes, e toda a dureza em que vivemos, por anos a fio, acabarão por desenhar na colcha de carinhosas lembranças o mapa do tesouro guardado numa praia distante. Cada um sabe, de uma maneira ou outra, de sua parte no deciframento dos sinais que se fazem visíveis aos nossos olhos e percepções, e o roteiro vai sendo marcado para aquele ponto de (re)encontro.

Está breve o dia de manhã dessa comunhão tão querida e esperada, e vamos juntar nossas mãos para repartir no cálice da afeição os sentimentos acalentados e fortalecidos, ainda que nos o tivéssemos portado com medo e insegurança por tanto tempo aquém do país dos sonhos. Essa hora sagrada vai chegando, a hora de nosso encasamento, das bodas que se completam de eras em eras...

O nascer daquele dia, e de um tempo novo, vai nos trazer a luz da estrela-pai para enriquecer nossos amores de valores que foram apenas sonhados até então. O Barco vai chegando de mansinho trazendo todos os companheiros àquela baía de águas calmas e límpidas, e os céus cantarão, riscando em todo o espaço, aquela nossa música que quase esquecemos os versos e o refrão no mar de saudades que um dia nos separava.

Milhões de flores dançam ao sabor dos ventos, e nesse espetáculo da natureza nos comovemos todos juntos, desfrutando perfumes e cores inimagináveis. Mais acima, na colina, está a nossa árvore de galhos frondosos carregadas de esperança e de muitas vidas ainda a viver.

E, depois, indo em direção à ela, sorrimos ao perceber nossas próprias pegadas na areia se misturando e, descobrimos no silêncio e na Paz de nossos corações, a qual propósito maior deveremos entregar nossas pequenas vontades. Já nos encontrarmos livres de todas as amarras pela verdade que cantou mais alto no presépio de todos os nossos renascimentos. Nada mais nos prende ao medo da separação...

E, finalmente, de mãos e corações entrelaçados, atravessamos a pequena ponte que nos separa daquele recanto secreto que todos sabíamos no fundo de nossos corações, e nos sentamos na relva para dialogar e ouvir do peito um do outro.

Estamos voando sobre mares, céus, terras e fogos, somos pontos de luz da mesma energia das estrelas-mães, brilhando como a estrela-pai, numa constelação a qual pertencemos. Somos os guardiões desse tesouro de estrelas que deve ser repartido pelas razões de nossos corações enamorados.

Agora, sorrindo e sonhando despertos, somos um só coração aberto às delícias desse natal que foi prometido a todos nós. E, bem acordados, com Paz no próprio peito, cantamos todos os nomes queridos no embalo desse momento em que buscas e entregas perderam razão de ser porque nos fizemos um só. Nas próximas eras de eternuridades iremos todos juntos.

E, amanhã, voando pela janela, me farei azul como o dia, vencendo todas as distâncias, para ser com meus amores, sabendo que onde quer que estejam no tempo/espaço, estarão e serão sempre bem dentro de mim...

Florianópolis, 02 de dezembro de 2007.